Qual o melhor manejo para reduzir o prejuízo provocado pela cigarrinha nas lavouras de milho? Esse foi o tema central da conversa com o engenheiro agrônomo Paulo Roberto Garollo, que é especialista na cultura de milho na Bayer. Em entrevista ao Direto ao Ponto desta semana, ele falou sobre o manejo correto para combater o inseto, que tem tirado o sono dos produtores rurais.
Garollo indicou o motivo de a incidência de cigarrinha ter aumentado nas lavouras brasileiras. “Foi um avanço muito alto e pré-determinamos que isso tem ocorrido em função de alguns fatores básicos: a própria área plantada de milho durante o ano todo, e dentro desse volume a gente tem uma divisão quase que igualitária entre o plantio da primeira safra, o plantio da segunda safra e o avanço do plantio nas entressafras. Planta-se milho no Brasil o ano inteiro e, como a cigarrinha se alimenta disso, ela encontra alimento a todo momento, aumentando a praga”, afirma.
Na região do Brasil central, segundo Garollo, as temperaturas médias durante o ano são mais estáveis e capazes de auxiliar no desenvolvimento e na parte reprodutiva da cigarrinha, tornando-se o melhor ambiente térmico para ela. Isso, segundo o especialista, aumenta ainda mais a oportunidade do inseto expandir sua população.
O agrônomo também falou sobre o diagnóstico das lavouras. “Nós temos hoje no Brasil três doenças do complexo de enfezamento. Quando esses agentes causais estão inseridos na planta de milho e a doença se faz presente, eu preciso melhorar a minha diagnose”, explica.
Para Garollo, é importante que o produtor saiba associar o conhecimento sobre a praga para entender qual o melhor produto para cada momento em que for feita a pulverização.
“Controle e manejo de cigarrinha têm que ser estratégicos. A estratégia é associar o conhecimento da biologia do inseto, o ambiente em que você vai aplicar e aí sim as características físico-químicas que você vai trabalhar”, finaliza.
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