Quase cinco meses após a reformulação do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab) em Mato Grosso, os reflexos da cobrança que passou a incidir sobre o milho, elevando as alíquotas incidentes sobre os produtos já taxados, colocaram em xeque a viabilidade do investimento no grão.
O destino dado aos recursos do fundo é uma das principais reclamações do setor – atualmente, apenas 30% do dinheiro arrecadado pelo governo é revertido em infraestrutura.
Encabeçado pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), o manifesto intitulado “Mato Grosso Forte – quem paga impostos cobra resultados” traduz a insatisfação dos agricultores do estado com a falta de investimento em infraestrutura.
“Nós lançamos o movimento justamente pela não conformidade e concordância do produtor com esse Fethab, especialmente sobre o milho”, afirmou o presidente da entidade, Antônio Gavan, em entrevista ao programa Direto ao Ponto.
“Em janeiro, o governo do estado determinou o desvio de finalidade de recurso, através da lei, de levar 60% (do valor arrecadado pelo fundo) para outros itens. E agora para agravar, mais 10% da semana passada para o MT-PAR (programa criado para promover investimentos no estado). Mas o que adianta ter ótimos hospitais nos principais polos produtores, se o cidadão que está lá no interior não tem uma rodovia para chegar naquele atendimento?’’, disse Galvan.
Segundo o presidente da Aprosoja-MT, o movimento já nasceu com a demanda de retirar a cobrança adicional sobre o milho e devolver os 10% tirados pelo MT-PAR, e que os recursos desviados do setor voltem, a partir do ano que vem, a ter a sua destinação para a origem em que o Fethab foi criado.
Segundo Galvan, no dia 15 de maio, haverá uma manifestação pelo movimento, em Cuiabá.