A agropecuária e o setor de serviços terão maior aumento de carga tributária se a proposta de emenda constitucional – a PEC 45 – for aprovada no Congresso. Segundo levantamento divulgado hoje pelo ex-secretário da receita, Marcos Cintra, a agropecuária, a extração vegetal e a pesca teriam um incremento de 25% em tributos Os dados levam em conta a criação do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) com alíquota de 25%, substituindo outros tributos existentes, como PIS, Cofins e ICMS, por um modelo de tributação de imposto sobre valor agregado.
Em entrevista ao Mercado & Companhia, o diretor-executivo da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Eduardo Daher, explicou as perspectivas do setor para o ano que começa em poucos dias. “Do ponto de vista interno, a reforma tributária é a nossa maior preocupação. Em São Paulo, já vivemos uma transformação de médio prazo que é o assunto ICMS do estado. Até então vinha prevalecendo o Convênio 100, mas esse projeto de lei do governo acabou aumentando a tributação no estado, o que é um péssimo sinal, pois pode se alastrar para outros estados”, disse.
“Quando a gente vê que o PIB nacional deve fechar o ano negativo na casa dos 4%, na contrapartida o agro ainda opera de maneira positiva. Portanto, há uma atração do sistema tributário para o setor que tem dinheiro e esse setor é o agro”, completou.
Na opinião dele, os presidentes do Senado e da Câmara, em fim de mandato, tentarão emplacar diversos projetos. “Isso nos leva a crer que a reforma tributária esteja andando em uma velocidade maior do que aquela que nós desejaríamos, com a participação da sociedade”, finalizou.