O acordo entre Mercosul e União Europeia, anunciado pelo governo na última sexta-feira, dia 28, deve marcar uma nova fase de inserção comercial do Brasil no mercado mundial, a avaliação foi feita pela superintendente de relações internacionais da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Lígia Dutra.
Segundo ela, o tratado dos blocos elimina tarifas de 93% das exportações do Mercosul. No agronegócio, o tratado liberaliza até 99% das exportações e cerca de 80% dos produtos agrícolas vão ter tarifa zerada. Já os demais itens devem ter algum tipo de preferência, como cotas ou tarifas reduzidas.
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“Isso é muito bom porque a União Europeia já é o segundo parceiro comercial do agro, quase 18% das exportações brasileiras do ano passado foram para o bloco europeu, portanto é mercado muito importante e que a gente ganha não só vendendo, mas com aumento das importações, porque o agro também precisa de insumos importados. Então essa facilidade no comércio, nas vendas e compras vai trazer benefício ao produtor rural”, comenta.
Contrapartida
Dutra ressalta que todo acordo comercial é uma via de mão dupla. “Nem todo mundo ganha sempre e em tudo”, afirma. Ela diz que a partir de agora é precisa buscar uma integração maior entre governo e entidades privadas para encontrar soluções para cadeias que podem ser afetadas de alguma maneira, por conta do “custo Brasil”.