O presidente Jair Bolsonaro anunciou na noite desta segunda-feira, 15, nas redes sociais, ter acertado a nomeação do médico Marcelo Queiroga como ministro da Saúde. Os dois se reuniram ao longo da tarde no Palácio do Planalto para discutir a troca no comando da pasta. O anúncio também foi feito pelo presidente durante conversa com apoiadores na porta do Palácio do Alvorada.
Marcelo Queiroga é natural de João Pessoa e se formou em medicina pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Ele fez especialização em cardiologia no Hospital Adventista Silvestre, no Rio de Janeiro. Sua área de atuação é em hemodinâmica e cardiologia intervencionista e atualmente Queiroga é presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Segundo o comentarista Alexandre Garcia, a troca veio por uma pressão contra o governo, mas o novo ministro, segundo ele, tem capacidade técnica para ocupar o cargo. “O ministro Eduardo Pazuello ficou sob uma campanha muito grande que não era contra ele, mas sim contra o chefe dele. Uma campanha de quem está com raiva do povo brasileiro por terem sido derrotados em 2018. Não conseguiram fazer a cabeça do povo brasileiro. Pazuello está saindo, mas fez um bom trabalho, pois precisava de alguém entendido em logística, uma vez que o Supremo retirou o poder de decisões de administração da pandemia, um poder que ficou concentrado com prefeitos e governadores”, disse.
Sobre Queiroga, Garcia avalia que tem condições administrativas para assumir o desafio da pasta. “Está entrando um médico que, segundo dizem, têm condições administrativas, já que há três anos preside a Sociedade Brasileira de Cardiologia, participou da equipe de transição do governo Temer para Bolsonaro. Bolsonaro já o havia indicado para o Conselho de Saúde e ele é eleitor de Bolsonaro, o que é primordial, pois o ministro é um auxiliar do presidente”.
Outro parte do perfil destacada por Alexandre Garcia é o fato de o novo ministro ser nordestino. “Ele é do Nordeste, onde houve menos votos para o presidente e se concentram mais governadores da oposição”.
Com a indicação, Queiroga será o quarto ministro da Saúde desde o começo da pandemia de Covid, há exatamente um ano. Passaram pela pasta, neste período, os médicos Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, seguido depois pelo general Eduardo Pazuello, do Exército.
O principal desafio do novo ministro será acelerar o processo de vacinação em massa da população. Até agora, o país vacinou cerca de 4,59% da população com a primeira dose de imunizantes, percentual que corresponde a 9,7 milhões de pessoas. O Brasil acumula, até o momento, mais de 279 mil mortes por covid-19.