Apesar de o correntistas do Banco do Brasil terem utilizado apenas R$ 8 bilhões dos R$ 15 bilhões ofertados no pré-custeio de 2020, a instituição financeira anunciou um capital de custeio antecipado maior em 2021. A partir desta terça-feira, 23, produtores rurais terão à disposição R$ 16 bilhões para financiar insumos destinados à próxima safra.
Os contratos podem ser fechados pelo aplicativo do BB ou pessoalmente nas agências bancárias. Para beneficiários do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor (Pronamp), a taxa de juros está em 5% ao ano, com teto de R$ 1,5 milhão e prazo de até 14 meses. Já para os demais produtores, o custeio agropecuário tem taxa de 6% ao ano, com teto de R$3 milhões e prazo, também, de até 14 meses.
Durante o evento online de lançamento do custeio antecipado, o gerente de Soluções do Banco do Brasil, Fernando Gallo, expôs que no último ano a elevação de custos de produção entre fevereiro – mês de lançamento do último pré-custeio – e outubro – mês de intenso plantio da safra de verão – chegou a 18,6% para soja, 15,7% para milho verão e 12% para o algodão. “O produtor que utilizou a estratégia de custeio antecipado teve vantagem”, ressaltou.
Novo aporte para maquinários
Por conta do quase esgotamento do crédito de R$ 1 bilhão disponibilizado pelo BB em novembro para financiamento de maquinários agrícolas, nesta terça a diretoria do banco divulgou a oferta de mais R$ 1 bilhão em recursos próprios. De acordo com o vice-presidente em Agronegócios, João Rabelo Junior, o capital será disponibilizado pela linha Investe Agro com taxa de 7,5% ao ano e prazo de 6 anos para pagamento.
A expectativa é de que este novo reforço possa suprir a demanda do mercado até o início do próximo Plano Safra em julho. Recursos oficiais para compras de maquinários na linha Moderfrota tiveram fechamento de novos contratos suspensos pelo BNDES por conta de esgotamento de recursos em janeiro deste ano.
Exclusão de tarifa de refinanciamento no Banco do Brasil
Na transmissão online, o presidente do Banco do Brasil, André Brandão, também declarou a decisão administrativa da instituição de excluir a cobrança de tarifa de análise de crédito em contratos de refinanciamentos. A taxa de 0,5% que era cobrado sobre o valor a ser renegociado deixará de existir. “É um apoio que o banco pode dar ao produtor no momento em que ele mais precisa”, ponderou João Rabelo Junior.
Pré-custeio na CEF
Mas o BB não é o único banco que está oferecendo crédito para custeio antecipado. Nesta segunda-feira, 22, o presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Pedro Duarte Guimarães, em live com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, divulgou que o banco estatal está disponibilizando desde dezembro um capital de R$ 12 bilhões para compra de insumos da próxima safra. Deste total, R$ 4 bilhões são para investimento e R$ 8 bilhões para custeio, comercialização e industrialização.
“Até o momento já foram utilizados R$ 8 bilhões dos R$ 12 bilhões. Nós acreditamos que até final de junho todo o recurso será consumido pelos produtores rurais”, previu Guimarães.
Na transmissão online, o presidente da CEF também informou a expansão de agências agro. Serão abertas 21 novas unidades voltadas para o agronegócio. Dez no Centro-Oeste, seis no Nordeste e 15 no Sudeste.
“Quando a Caixa tomou a decisão de abrir agências em todas as cidades com mais de 40 mil habitantes, a grande maioria das cidades onde a Caixa ainda não tinha agência tinha um PIB per capita ao redor de 6,7 mil reais. Uma demonstração de que o agronegócio tem muita força nesses locais”, expôs Guimarães.