Levantamento de preços de bezerro realizado pela Scot Consultoria, em 13 estados brasileiros, revela que o animal mais barato é encontrado hoje no Acre, e custa R$ 1.250. Em seguida, entre os mais baratos, aparecem os animais comercializados em Mato Grosso, Rio de Janeiro, Paraná, Pará, Rondônia e Maranhão, com preço de R$ 2.000. Já o bezerro mais caro está em São Paulo, com R$ 2.350 por cabeça.
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Segundo o analista da Scot Hyberville Neto, as características do mercado pecuário no Acre são bem específicas e isoladas, pois ali o segmento é pequeno. Dessa forma, o boi e os animais de reposição são mais baratos do que na média de estados que possuem maior comércio interestadual.
Neto diz que alguns pecuaristas até têm mandado gado para fora do Acro, por causa desse diferencial de preços, mas com pouca relevância dentro do total do mercado brasileiro. Ou seja, devido à pouca disponibilidade de animais – cerca de 2 milhões de cabeças de acordo com o analista – e custos de frete, a diferença de preços só seria alternativa viável para regiões mais próximas dessa unidade da federação.
Hyberville Neto destaca que Mato Grosso e outros estados que têm preços em torno de R$ 2.000 por cabeça atingiram as máximas históricas nominais. Isso estaria ocorrendo em virtude da diminuição de fêmeas em períodos anteriores, gerando restrição de oferta de reposição atualmente.
Tendência é de preço firme do boi gordo e da reposição
A expectativa da Scot é de firmeza do mercado nos próximos meses, sobretudo para o boi gordo, e mais calmo para a reposição. Hyberville Neto acredita que não há muito alternativa ao pecuarista a não ser incorporar os custos. As estratégias a serem seguidas vão no sentido de melhorar a eficiência para entregar mais arrobas ou terminar os animais mais cedo.
Custo de reposição em Mato Grosso
Pecuaristas de Mato Grosso estariam dando foco à eficiência da criação, já que os custos estão mais altos no estado, conforme apurou o jornalista do Canal Rural Luiz Patroni, em conversa com representantes da atividade. De acordo com dados do Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária (Imea), o custo de reposição equivale a 58% dos custos operacionais para quem faz recria e engorda no estado. Esse foi o item que mais subiu no primeiro trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado, registrando perto de 6,7% de alta.
Patroni acrescenta que o preço do bezerro em Mato Grosso está cerca de 32% acima do registrado no mesmo período do ano passado. Em relação à intenção de confinamento, o custo de reposição também foi um dos mais citados entre os confinadores no primeiro levantamento feito pelo Imea, em maio, como fator de preocupação para o setor. Nesse levantamento, havia uma expectativa de queda de quase 30% no volume de animais confinados no estado, na comparação com 2019.