A Associação dos Cafeicultores do Brasil (Sincal) enviou uma carta ao governo brasileiro apontando uma expectativa de quebra de 40% na safra de café arábica em 2021, por conta da seca e altas temperaturas. A associação afirmou que, dentro de um quadro de normalidade e devido à bienalidade negativa, o natural seria o país colher 34 milhões de sacas de café arábica, mas é possível que a produção não totalize 20 milhões de sacas.
A entidade ainda afirma que, até o momento, as chuvas permanecem irregulares. Se o clima não normalizar imediatamente, a Sincal acredita que poderá haver prejuízos também nas safras após 2021.
Em relatório divulgado na última semana, o Itaú BBA aponta que o volume de chuvas atual ainda não é suficiente para reverter os impactos da escassez de água no solo. A instituição projeta para a atual safra café arábica uma queda de 20% sobre a produção da temporada anterior, que foi de 47,8 milhões sacas.
O cenário sugere um prejuízo de mais de 6 milhões de sacas para 2021. O banco também projeta um cenário de quebra mais forte para o arábica, em torno de 30%.
Análise
De acordo com o analista da Safras & Mercado Gil Barabach, a queda do dólar está sendo compensada por uma alta em Nova York. Por conta disso, tem havido equilíbrio no preço do mercado interno.
Segundo Barabach, o cenário de quebra para 2021 ainda não afetou o mercado, devido ao grande volume da safra de 2020, que segue sendo comercializada.
“A safra de 2021 é problemática, pela questão da alternância de carga e pela questão climática, com temperaturas altas ao longo do mês de setembro, que comprometem a safra de arábica. Acreditamos que haverá uma safra menor de arábica. O cenário que estamos enxergando para o próximo ano é de quebra de 15% a 20%na safra brasileira, números bem expressivos”, diz Barabach.