O preço da carne bovina subiu 35% nos últimos 12 meses. De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), as cotações devem continuar em patamares elevados em relação aos praticados no mesmo período do ano passado. O motivo? O alto custo de produção, puxado pelo milho e pelo farelo de soja mais caros.
E esse efeito dos insumos para ração mais caros também continuará atingindo e sustentando as proteínas de frango e suína, porque são setores que demandam muitos grãos. “De 70% a 80% dos custos de produção estão atrelados a esses grãos”, afirma a analista de mercado Juliana Ferraz.
No momento, não há muita alternativa para os criadores e a indústria. Juliana lembra que a compra de insumos precisa ser planejada no médio e longo prazo, para que não crie-se uma dependência do mercado spot. Ela alerta, ainda, que não há perspectiva de baixa nos custos de produção.
Agora, o que resta ao setor de proteína animal é ficar atento às oportunidades do mercado internacional, principalmente porque o governo federal zerou a tarifa para exportação e o dólar está recuando um pouco.
A analista de mercado diz, por fim, que o Dia das Mães não foi suficiente para movimentar as vendas de carne suína, o que deixou o mercado frustrado, já que, geralmente, é a segunda melhor data para vendas dessa proteína. “Pelo fato de o frango ser muito competitivo, acabou se sustentando e ganhando uma liquidez maior”, comenta.