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Covid-19: 'Cronograma de vacinação depende de registro da Anvisa'

Durante apresentação do Plano Nacional de Imunização contra Covid-19, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, avaliou que não é possível prever o início da imunização sem que a Anvisa faça o registro das vacinas disponíveis no mercado

Nesta segunda-feira, 16, em cerimônia realizada no Palácio do Planalto, o Ministério da Saúde apresentou o Plano Nacional de Imunização contra Covid-19. O documento de 110 páginas traz informações relacionadas à logística de distribuição dos imunizantes, andamento de negociações com laboratórios, definição de grupos prioritários, entre outros dados. Porém, a aguardada previsão de início das vacinações continua indefinida. De acordo com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, o cronograma depende da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“Onde é que tá o quê da questão? No cronograma de distribuição e imunização que é um anexo do plano. Esse cronograma depende de registro. Eu posso falar em hipóteses. Nós temos mais de 300 milhões de doses negociadas, algumas já com recursos pra isso. Eu não vejo nada de errado no que está acontecendo, se tivesse visto já teria corrigido. Acho que estamos no caminho certo, no momento certo”, defendeu Pazuello.

De acordo com o ministro, até o momento a Anvisa não possui pedido de registros de vacina contra a Covid-19. Porém, durante a coletiva de imprensa após o evento, Pazuello chegou a levantar a hipótese de que em fevereiro as vacinações se iniciem, caso a vacina fabricada pelo Instituto Butantã finalize os testes de eficácia ainda em 2020.

“Se nós conseguirmos manter o planejado da Butantã e da Fiocruz da fase três dos estudos e todos os documentos da fase dois ainda em dezembro à Anvisa e solicitar os registros, nós teremos aí janeiro para análise da Anvisa e possivelmente em meados de fevereiro pra frente nós estejamos com essas vacinas recebidas e registradas pra iniciar o plano. Mas isso é um ‘se’.”, observa.

Vacinas

De acordo com o documento disponibilizado, o governo federal está com negociações em andamento para aquisição de 350 milhões de doses da vacina. A maior parte, 210,4 milhões de doses seria adquirida por meio de encomenda tecnológica com a Fiocruz/AstraZeneca. Sendo 100,4 milhões de doses com previsão de entrega para julho de 2021 e outras 100 milhões com previsão de produção nacional entre agosto e dezembro do próximo ano.

Outra negociação em andamento prevê a entrega de 42,5 milhões de doses pelo convênio Covax Facility. O cronograma de entrega ainda está em debate entre os laboratórios e a Organização Mundial de Saúde (OMS) que coordena o convênio.

O ministério ainda esclarece que possui memorandos de entendimento, espécies de intenção de acordo, com a Pfizer/BioNTech, Janssen, Moderna, Gamaleya, Bharat Biotech e Instituto Butantã. Para a Pfizer/BioNTech já houve o pedido antecipado de 70 milhões de doses a serem entregues ao longo de 2021.

A previsão do Ministério da Saúde é que, assim que as vacinações forem iniciadas, a imunização seja finalizada apenas em um prazo de 12 meses.

Grupos prioritários

No plano, há a definição de quatro grupos prioritários para recebimento da vacina que somam cerca de 50 milhões de pessoas. Considerando que a completa imunização será feita com duas aplicações, o cálculo é de que serão necessárias 108,3 milhões de doses. A conta leva em consideração uma possível perda de 5% do imunizante durante o processo.

Os grupos prioritários abrigam pessoas que apresentam maior risco de morte quando infectadas pelo coronavírus como idosos e pessoas com comorbidades (diabetes, obesidade grave, doença renal, entre outros), além de populações que possuem vulnerabilidade social. É o caso de pessoas em situação de rua, ribeirinhos, quilombolas. Trabalhadores da saúde, educação, sistema prisional, transporte coletivo, forças de segurança e salvamento e transportadores rodoviários de carga também foram incluídos na prioridade de acesso ao imunizante.

Distribuição das vacinas

Pazuello garantiu que o governo federal possui a estrutura necessária para distribuir em cinco dias todas as vacinas para os governos estaduais, assim que elas estiverem adquiridas. A partir disso, o prazo pode variar e depende do plano logístico de cada estado para a entrega dos imunizantes ao municípios. Em consequência, cabe aos municípios definir a organização para aplicação dos materiais nas salas de vacina.

“Nós somos os maiores fabricantes de vacina da América Latina. Pra quê essa ansiedade? Essa angústia? Nós somos a referência na América Latina. Não se preocupem com a logística, a logística é simples. Apesar do nosso país tem esse tamanho, nós temos estrutura. Temos companhias aéreas, temos a Força Aérea Brasileira, temos toda a estrutura já planejada e pronta.”, garante o líder da Saúde.

Recursos

No evento, o presidente Jair Bolsonaro voltou a afirmar que assinará, ainda nesta semana, uma medida provisória que libera R$20 bilhões para a compra de vacinas. O secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, também lembrou que o Executivo já disponibilizou R$80,5 milhões para aquisição de 300 milhões de seringas e agulhas e mais R$177,6 milhões para investimentos na rede de frio, que é a cadeia de recebimento, armazenamento e distribuição dos materiais que fazem parte do Plano Nacional de Imunizações.