O dólar começou o ano de 2021 com altas e já bateu na barreira dos R$ 5,50 nesta segunda-feira. Entre os motivos que causaram essa valorização estão as questões políticas internacionais e, sobretudo, o descontrole dos casos de Covid-19 no Brasil, que pode comprometer ainda mais as contas públicas nos próximos dias. Esse é o parecer do economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira.
Dólar sobe mais de 1% e vai a R$ 5,49, maior valor em 2 meses
“Temos um misto de questões internacionais com base em política e também temos o avanço da Covid no Brasil e no mundo. Com essa possibilidade de restrições maiores, pedidos no Congresso para rompimentos do teto de gastos e de novos propostas de auxílio geram uma certa tensão que influencia bastante o câmbio”, disse.
Segundo ele, a questão do impeachment do presidente Donald Trump não seria tão relevante neste momento, já que faltam poucos dias para ele sair legalmente do poder. “Na realidade estamos passando pelo rescaldo dos problemas da semana anterior, da invasão ao Capitólio, já que são questões que refletem até no mandado de Joe Biden. O mercado não vê como realista a possibilidade de um impeachment em poucos dias”, complementou.
Por esse motivo, Jason Vieira avalia que a principal preocupação quando se fala em câmbio é sim o avanço da Covid e a demora pela imunização no Brasil. “Apesar de o trabalho estar em andamento, o brasil tem um problema recorrente na cadeia de suprimentos para a confecção de vacinas, então pode ser que o processo vacinal não seja tão acelerado como o desejável”.