A taxa Selic perto de 2% ao ano afastou investidores internacionais que lucravam com juros no Brasil. Por isso, houve uma forte saída de dólar do país nos últimos meses. Agora, com a Selic apontada para algo próximo de 6% ao ano, o câmbio começa a ser reajustado, segundo o comentarista Miguel Daoud.
Já no mercado internacional, é provável que as grandes economias também sejam forçadas a eleva suas taxas de juros para evitar inflação, com a retomada do consumo. Daoud lembra que só os Estados Unidos já injetaram quase US$ 5 trilhões para aquecer a economia. Caso isso aconteça, os preços das commodities agrícolas podem sofrer um revés.
Isso porque muitos investidores que lucravam com juros viram sua rentabilidade diminuir com taxas perto de 0% no mundo. De acordo com o comentarista, diante desse cenário, muitos se voltaram à compra das commodities agrícolas, o que contribuiu para valorização dos produtos no mercado externo. Se a situação se inverter, as cotações podem ter forte recuo.
O que o produtor deve fazer?
O comentarista pede que o produtor rural brasileiro seja cauteloso e não conte com preços em alta por muito mais tempo. Ele diz que é impossível fazer uma análise genérica, porque cada agricultor e pecuarista tem uma realidade, mas recomenda que produtores aproveitem os patamares atuais.