O dólar fechou a quinta-feira, 10, cotado a R$ 5,0376 para venda, menor patamar desde 10 de junho deste ano. De acordo com as cinco consultorias que mais acertam a previsão da moeda norte-americana no Relatório Focus, o câmbio deve ter média de R$ 5,25 no ano que vem, fechando 2021 a R$ 5,22.
Economistas ouvidos pelo Canal Rural, por outro lado, apostam em dólar abaixo de R$ 5 no próximo ano. As projeções vão de R$ 4,30 até R$ 5. Segundo eles, o câmbio vai depender principalmente de medidas para conter os gastos públicos, como as reformas econômicas, da elevação da taxa Selic e do fim da pandemia da Covid-19.
O que levou o dólar à queda?
O coordenador do Centro de Macroeconomia Aplicada da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Emerson Marçal, conta que a reversão no dólar reflete a queda do risco global ao longo das últimas semanas, o que puxa o Risco Brasil para baixo também. “Era esperado que quando acalmasse o Risco Brasil, a taxa de câmbio reverta um pouco”, diz.
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Segundo ele, cresce o otimismo no mercado internacional com o início da vacinação nas principais economias – Estados Unidos, China e Europa. “A grande incerteza é doméstica, o pode atrasar um pouco a percepção de risco no Brasil e fazer com que o país não entre tão forte na onda de otimismo”, afirma.
Marçal aponta que os dois principais pontos para ajuste são a situação fiscal do governo e a organização da vacinação contra a Covid-9. “Pode ser que a normalização completa do cenário fique apenas para o segundo cenário ou até para 2022”, diz.