A segunda onda de Covid-19 na Europa, as eleições norte-americanas e o clima estão no radar do mercado de café, que deve ser impactado por estas condições no curto prazo. De acordo com o analista da MM Cafés Marcus Magalhães, os grandes acumulados de chuva em regiões produtoras de arábica têm impactado os negócios do grão.
“O ano de 2020 não é para iniciantes. Os prejuízo nas lavouras têm afetado os preços do café, principalmente em regiões produtoras de arábica em Minas Gerais”, comenta o analista.
Na Europa, a segunda onda da Covid-19 causa preocupação devido ao elevado nível de contágio, ainda que os níveis de letalidade não estejam elevados. “A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou números recordes de contágio nos últimos dias e algumas lideranças mundiais já pensam em implementar um isolamento mais rígido. Esse desenrolar da segunda onda no velho continente com certeza será um grande divisor de águas pra os negócios do café, porque mesmo que o consumo doméstico cresça, o consumo na rua irá cair”, diz Magalhães.
Segundo o analista, a depender de quem vença a eleição norte-americana, é possível que ocorram elevações dos juros nos Estados Unidos, que pode resultar em uma aversão ao risco no mercado especulativo. “Independente de quem assuma, os desdobramentos após a candidatura podem impactar não só o café, mas como todas as commodities. Então o momento é de conservadorismo nas apostas, até que saibamos o que vai acontecer nos Estados Unidos daqui 15 dias”, afirma Magalhães.
Preços
Para Magalhães, os preços em reais não devem sofrer nenhuma alteração positiva. “Acredito que vamos terminar o ano com preços firmes nos atuais patamares, o mercado entrou em uma calmaria muito grande”, finaliza.