No primeiro trimestre de 2021, o Brasil exportou 3,8% menos soja do que no mesmo período do ano passado. De acordo com o analista de mercado Carlos Cogo, da Cogo – Inteligência em Agronegócio, isso se deve ao atraso no calendário da soja, que levou a quedas nos embarques em janeiro e fevereiro.
Em março, as vendas ao exterior já registraram avanço em relação ao ano anterior, e ele acredita que a diferença será tirada em abril e maio, que devem somar 15 milhões de toneladas cada.
O problema para a soja é que, agora, com um volume muito grande de caminhões chegando aos portos, os prêmios estão negativos – até 15 cents de dólar abaixo dos preços praticados na Bolsa de Chicago, segundo Cogo.
No caso do milho, o cenário é inverso até agora: alta de 25,6% nos embarques de janeiro a março deste ano. Agora, com o avanço dos embarques da soja, o cereal tende a perder espaço nas exportações.
Além disso, com os contratos futuros batendo R$ 100 na B3, a tendência é que o preço no interior fique até R$ 15 por saca acima daquele praticado no porto. “Esse será um fator determinante para que exportações de milho percam ritmo a partir de agora”, diz.
Para o segundo semestre, Cogo acredita que as exportações de soja vão se estender. No milho, há uma incógnita, devido ao medo de uma quebra na segunda safra por conta das questões climáticas.