A pandemia do novo coronavírus não freou a agricultura brasileira e, consequentemente, toda a cadeia produtiva cresceu. Foi o caso do setor de fertilizantes, que deve fechar 2020 com 38,5 milhões de toneladas comercializadas, crescimento superior a 6% em relação ao ano passado.
O vice-presidente comercial da Mosaic Fertilizantes, Eduardo Monteiro, afirma que o avanço das vendas desses insumos se deu graças a uma combinação de fatores: preços de grãos em alta, demanda internacional aquecida, vendas futuras em níveis recordes e ótima relação de troca entre fertilizantes e commodities. “Isso tudo fez com que a gente tivesse um ano excepcional”, diz.
Segundo Monteiro, a agricultura brasileira tem demonstrado que é uma das mais avançadas do mundo, não deixando a desejar em relação a outros países. “Vemos o impacto positivo das tecnologias nos últimos 25 anos: a área cresceu 80% e a produtividade, mais de 260%, e o fertilizante é uma das válvulas desse crescimento”, defende.
Futuro dos fertilizantes
Questionado sobre os desafios para aumentar a produção interna e diminuir a dependência de produtos internacionais, o vice-presidente da Mosaic conta que o desafio é encontrar fontes de recursos naturais que sejam economicamente viáveis. Ele cita que a nova Lei do Gás deve ajudar a quebrar o monopólio da Petrobras sobre os nitrogenados e aumentar a produção.
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Monteiro diz que, 20 anos atrás, cerca de 35% dos fertilizantes usados no Brasil eram produzidos internamente. Hoje, esse número caiu para 20%. “E não foi a produção interna que reduziu, mas o mercado cresceu e foi atendido pela oferta internacional”, afirma.
Além das metas de crescimento de venda em 2021, o representante da Mosaic afirma que a empresa está comprometida com ações focadas em sustentabilidade, como reduzir o consumo de água e a emissão de gases que causam o efeito estufa.