O Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais da China confirmou no domingo, 2, um surto de gripe aviária, na província de Hunan. Mais de quatro mil animais morreram e quase 18 mil foram sacrificados para evitar a propagação do vírus.
De acordo com o analista de mercado Carlos Cogo, o Ministério de Comércio do país asiático já confirmou que aumentará as importações de carne suína e de aves, que, segundo o órgão, cresceram 190% em janeiro.
“A gripe aviária retorna e afetará um dos setores que o governo chinês apostava que ajudaria na recuperação da oferta de proteínas. O Brasil será o principal favorecido”, afirma Cogo.
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A China vive um momento complicado: por um lado, a produção de carne suína do país não se recuperou do surto de peste suína africana; de outro, o coronavírus mantém as autoridades em alerta.
O analista afirma que a doença está próxima da fase de estabilização. “No domingo, tivemos a primeira boa notícia: o número de casos de pessoas curadas superou o de doente”, diz. Apesar disso, segundo ele, o vírus já causou impacto no mercado internacional de commodities, principalmente a soja, que “acabou sentindo mais, com a dificuldade de exportação”.
Cogo destaca que 60% da safra da oleaginosa já foi negociada a patamares muito elevados e há perspectiva de safra recorde. “Continuaremos sendo o maior supridor de soja para a China, assim que ela retomar as exportações normalmente. Os Estados Unidos Não conseguirão atender o estipulado na fase 1 do acordo comercial”, diz.
Aliás, de acordo com o analista, a frustração com o acordo comercial entre China e Estados Unidos impactou os preços da oleaginosa mais do que o coronavírus. “Antes da assinatura, os contratos vinham em alta. Quando assinado, recuaram, porque os americanos não conseguiram manter o volume de embarques”.
Para Cogo, o único risco aos embarques brasileiros seria o acentuamento dos embarques americanos de soja em grão e carnes para o mercado chinês, o que ele acha que dificilmente acontecerá.