O chefe da Embrapa Territorial, Evaristo de Miranda, afirma que não há nenhum dado que ligue a produção de soja do Brasil ao desmatamento na Amazônia. Segundo ele, apenas 10% das lavouras da oleaginosa estão nesse bioma, e elas seguem a Moratória da Amazônia, não tendo desmatado após 2008.
De acordo com o pesquisador, ao criticar a soja brasileira, o presidente da França, Emmanuel Macron, é “oportunidade e até vil”. “Usar isso é uma maneira de passar ‘tinta verde’ em mais de um subsídio, em um país que é campeão em subsídio e que tem uma agricultura pouco competitiva”, diz.
Miranda destaca que é impensável a França deixar de comprar a oleaginosa do Brasil, porque o país europeu demanda 5 milhões de toneladas por ano e tem, segundo ele, uma produção “ridícula”.
O chefe da Embrapa Territorial, que fez doutorado em Agronomia na França, diz que a maioria das lavouras de lá são irrigadas, cerca de 75% do total, e mesmo assim apresentam produtividade menor do que a registrada em áreas de sequeiro do Brasil.
“O francês teria que abrir mão do queijo, dos ovos etc. para diminuir a demanda e aumentar a produção”, pontua Evaristo de Miranda.
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O representante da Embrapa diz, ainda, que é preciso separar Emmanuel Macron da França enquanto nação, pois o Brasil mantém boas relações com o país europeu, tendo acordos de cooperação científica e empresas francesas em atuação aqui.