O preço do milho bateu recordes e superou R$ 87 por saca pela primeira vez na história, segundo o indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Na praça de Campinas (SP), a cotação subiu 1,1% nesta quarta-feira, saindo de R$ 86,11 para R$ 87,06. No acumulado do ano, o indicador registra valorização de 10,69%. Já em 12 meses, a alta é de 61,79%.
Na B3, as cotações do milho também seguem em alta e, segundo a T&F Consultoria Agroeconômica, o indicador pode chegar a R$ 95 nos próximos meses.
O analista de mercado Luiz Pacheco acredita que a escassez do cereal no Brasil deve durar até junho por conta de quatro fatores: a safra de verão não foi suficiente para abastecer o mercado interno; a demanda local está muito alta para produção de carnes com destino à exportação; todos os concorrentes do milho, como o farelo de soja, estão muito altos também; e a previsão de redução de área na safrinha por causa do atraso na colheita da soja.
“A demanda internacional também está explosiva, não há milho suficiente no mundo. Os consumidores internos terão que disputar com os externos, mantendo o preço elevado, chegando a R$ 95 na B3 e tendo reflexos nas praças”, argumenta.