Nos últimos anos, a participação feminina na agropecuária cresceu 8,3% de acordo com dados do Cepea. Já segundo a Abag, as melhores que atuam no setor são responsáveis pela gestão de 30% do segmento.
Aline Melo, proprietária de uma granja em Guaratinguetá, interior de São Paulo, é uma dessas mulheres. “É uma conquista. Todas nós que trabalhamos nesse meio nos tornamos gestora de uma forma ou outra, e não importa o tamanho do projeto”.
Aline afirma que foi preciso se qualificar para superar as adversidades da profissão. “O maior desafio é o reconhecimento de uma mulher no campo. Estudei para entender como funciona a produção, desde a entrada no campo até como o produto chega nas mãos dos consumidores.”
Maria Ozéias Ruzene, engenheira agrônoma, conta que sua família cultiva arroz desde a época de seu avô. Mas, até pouco tempo atrás, trabalhavam apenas com o tradicional agulhinha.
“Mais ou menos em 2005, nós tivemos a oportunidade de conhecer o arroz preto, que é um arroz especial. Um pesquisador trouxe aqui pro Vale do Paraíba, e não houve interesse por outros produtores. Nós resolvermos então começar a nos dedicar a outros tipos de grãos especiais e não só o preto. Nós vimos que tinha aqui no Brasil arroz importado para a culinária italiana, culinária tailandesa e indiana. E, com isso, resolvemos começar a produzir também esses tipos de arroz.”
“E eu iniciei então com a atividade da pesquisa, tentando ou com objetivo de produzir novos grãos, que fossem diferentes. Depois de 10 anos mais ou menos, resolvemos obter alguns resultados bem interessantes e com os materiais, já protegemos esses materiais no Ministério da Agricultura”, diz Maria.
Sobre ser mulher no agro, Maria afirma que é ‘um prazer muito grande trabalhar no agro, na pesquisa, na obtenção de novas cultivares porque o campo, a planta dá um prazer enorme porque você acompanha todo o ciclo dela, desde o início até a finalização’.