Os surtos de gafanhotos em lavouras dos municípios de Santo Augusto, São Valério do Sul e Bom Progresso, todos no Rio Grande do Sul, estão sendo monitorados pelas equipes da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr).
De acordo com a pasta, as espécies foram identificadas como indivíduos adultos de Zoniopoda iheringi e ninfas de Chromacris speciosa, ambas da família Romaleidae, que não tem hábitos migratórios como as espécies registradas na Argentina.
“A ocorrência desse grupo de insetos é esperado devido ao clima seco e à baixa precipitação acumulada nas últimas safras de verão e são comuns em países da América do Sul. Também não são consideradas pragas agrícolas”, diz Ricardo Felicetti, chefe da Defesa Sanitária Vegetal do Rio Grande do Sul.
Segundo estudo da Seapdr, foi observado que a preferência de hospedagem dos gafanhotos está centrada nas áreas de mata nativa e vegetação espontânea. A prioridade dos levantamentos é constatar se há desequilíbrio nas populações naturais com possibilidade de danos às lavouras.
Segundo Ricardo Felicetti, é importante que os agricultores continuem observando se há crescimento expressivo das pragas nas plantações. E ele deixa um alerta: não deve ser realizada nenhuma aplicação de produtos químicos contra os insetos.
“Os produtores não devem tomar medidas preventivas frente às infestações, já que isso pode aumentar o desequilíbrio entre os inimigos naturais dessas espécies e agravar os danos futuramente. Havendo constatação de surtos, deve ser realizada comunicação através da rede de vigilância, pelos canais autorizados”, recomenda.