A indústria projeta crescimento de 3,5% para o mercado de fertilizantes em 2020 de acordo com Eduardo Monteiro, presidente da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda) e Diretor Comercial da Mosaic Fertilizantes. Segundo ele, a relação de troca positiva entre grãos e fertilizantes antecipou os negócios para a Safra 2021/2022.
Monteiro projeta que as entregas de fertilizantes no mercado brasileiro passem de 36,2 milhões em 2019 para 37,5 milhões em 2020. Segundo ele, o ano de 2020 tem passado por constantes revisões para cima das projeções. Sendo que os fatores que impulsionam os resultados são o cenário favorável para commodities e dos custos logísticos, além de aumento da área plantada e da tecnologia. Com isso, há sucessivos aumentos da demanda por fertilizantes.
Comercialização antecipada
O presidente da Anda confirma a tendência de comercialização antecipada também no mercado de fertilizantes. “Sim. Observamos essa tendência. Os preços estão favoráveis quando se olha a relação de troca. Vimos nos últimos dias um aumento nos preços dos fertilizantes. E isso tem provocado como efeito colateral um aquecimento maior pensando na safrinha do próximo ano”, analisa.
Eduardo Monteiro cita o caso de Mato Grosso que já está com 87% do fertilizante da safrinha comercializado ante uma média de 55% no mesmo período do ano passado. No caso da soja, inclusive, a relação é a mesma. Para a próxima safra, o mercado já comercializou cerca de 17% do fertilizante a ser utilizado. Sendo que, este mesmo número no ano passado era de cerca de 2%.
Tendência dos preços
Monteiro projeta que o cenário é positivo para os preços, pois a alta das cotações dos grãos deve ser acompanhada de incremento também nos fertilizantes. “Há uma perspectiva real de aumento nos preços dos fertilizantes. Substancialmente em virtude da boa rentabilidade dos grãos. A relação de troca. Pois, para manter esta relação de troca que se mantém muito favorável, o preço do fertilizante tende acompanhar esse acréscimo nas cotações dos grãos”, finaliza.