A guerra comercial entre China e Estados Unidos continua movimentando o humor do mercado de commodities e ainda não há uma definição de quando os dois países irão se reunir para, finalmente assinarem um acordo comercial.
De acordo com o analista de mercado da Terra Agronegócio, Enio Fernandes, o mercado está cansado de declarações e espera medidas efetivas e, se o acordo não ocorrer em breve, o pragmatismo chinês deverá aguardar o desenrolar do período eleitoral nos Estados Unidos. “Se virarmos o ano e o acordo não for regulamentado, o pragmatismo chinês vai sair da negociação. Eles vão esperar o desenvolvimento das eleições norte-americanas e, aí sim, se posicionar. Para os chineses, Trump é muito volúvel e pode assinar um acordo e mudar depois. Então, para que assinar um acordo sendo que pode vir um fato novo que não garanta a reeleição do Trump?’, questionou.
Apesar dessa expectativa, Enio Fernandes acredita que os fatores econômicos devem favorecer a reeleição do presidente norte-americano. “Não acredito que esse impasse possa influenciar nessa reeleição, pois os juros estão baixando e a economia norte-americana está indo bem. Até chegar a eleição, não acredito que haja mudança de cenário e acredito que a chance de Trump ser reeleito é mais de 70%”, completou.
Relatório USDA
Na próxima sexta-feira, 8, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) vai divulgar o relatório de oferta de demanda de grãos. O assunto está no centro das atenções do mercado porque a expectativa é de que ocorra uma redução na produção da safra da soja norte-americana.
Apesar disso, o analista aponta que não deve haver muitas alterações nos preços em um curto prazo. “A redução é pequena, pois o mercado espera uma produção americana de 95,5 milhões de toneladas a 96,5 milhões de toneladas. No caso do milho, seriam os mesmos números do relatório passado, que seria 350 milhões de toneladas”