O corte nos recursos para subvenção do crédito agrícola, seguro rural e apoio à comercialização segue no radar do setor produtivo. O presidente da República, Jair Bolsonaro, tem até o próximo dia 22 para sancionar a lei. Caso o texto não seja modificado, o setor pode contar com 26% menos recursos do que o previsto para equalização de taxas de juros.
O analista de mercado de fertilizantes da StoneX, Marcelo Mello, não acredita que o setor de grãos vá sofrer um impacto muito profundo. “Se olharmos o segmento de grãos, principalmente soja e milho, a pujança é tão grande”, diz. “Os produtos estão bastante capitalizados”, afirma.
Além disso, no caso dos médios e grandes produtores, ele afirma que há inúmeras alternativas de financiamento, como o barter — venda antecipada de parte da safra para uma empresa que fornece insumos —, Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) e os recursos privados.
“Se considerar que a subvenção já caiu bastante, hoje em dia, esses recursos já são bastante compatíveis com os de mercado”, afirma.
Além disso, o produtor já investiu bastante e deve colher uma safra quase 10% maior no fim do ciclo 2020/2021. “Acho que todo o sistema está bem colocado. Mesmo que tenhamos uma redução de investimento no curto prazo, isso não vai impedir que continuemos crescendo neste ano 2021/2022”, finaliza.