O relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgado nesta quarta-feira, 12, indica que mesmo tendo crescimento na produção de soja, os estoques de passagem ficarão bastante apertados. A avaliação é do sócio-diretor da Pátria Agronegócios Cristiano Palavro. “O que é um sinal positivo aos produtores”, comenta.
Com o mercado climático atingindo o auge nas próximas semanas, os contratos futuros da soja podem registrar novas altas e até superar os US$ 17 por bushel na Bolsa de Chicago, segundo ele. A atenção está no clima, principalmente nos Estados Unidos. “Além disso, há sustentação de preço no longo prazo. Esse ciclo de alta tem toda condição para condução. É possível, sim, [atingir US$ 17 por bushel]. O clima será decisivo”.
O mercado também deve acompanhar de perto quais reações na oferta e demanda de soja. No Brasil, outro fator tende a servir como um “colchão” contra quedas bruscas nos preços: o dólar. A proximidade das eleições presidenciais de 2022 e a situação fiscal delicada devem manter o câmbio elevado.
E como fica o milho?
Palavro destaca que as atenções seguem no clima para a finalização da segunda safra de milho. A previsão do tempo até indica chuva melhores para algumas regiões a partir do fim de maio, mas estiagem pode durar um pouco mais em Mato Grosso e Goiás.
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A notícia de que a China deve aumentar sua produção não tem grande impacto, de acordo com o analista. É um crescimento de oito milhões de toneladas sobre uma produção de 260 milhões de toneladas. “O grande recado vindo da China é que eles vão ampliar suas compras em 2021 e, em 2022, devem seguir como os principais importadores mundiais”, finaliza.