Os relatórios de oferta e demanda e de vendas semanais do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) deram sustentação aos contratos futuros negociados na Bolsa de Chicago nesta sexta-feira, 12, avalia o analista Marcos Araújo, da consultoria Agrinvest. Enquanto um trouxe estoques finais da safra 2020/2021 abaixo da expectativa do mercado, o outro traz sinais de demanda pela produção norte-americana.
“Mas, neste momento, o mercado segue apreensivo em função da possibilidade de uma segunda onda de Covid-19, que poderia impactar os negócios internacionais da soja”, comenta o analista
Outra boa notícia para Chicago, é que neste momento os prêmios no Brasil estão altos e isso reflete no preço da soja do país, que está em torno de US$ 9 por tonelada mais cara que a oleaginosa americana.
De acordo com Marcos Araújo, é preciso estar atento ao mercado. No momento há uma boa condição climática nos Estados Unidos, que podem resultar em revisões positivas para a soja norte-americana. “Podemos esperar a China concentrando suas compras a partir de setembro nos Estados Unidos, o que poderia resultar em uma sustentação maior nos preços na Bolsa de Chicago. É bom lembrar que historicamente, o maior sustento da soja acontece na segunda quinzena de junho até a primeira semana de julho, momento da especulação climática por lá”, diz Marcos Araújo.
Segundo Marcos, o mercado está bem volátil no câmbio nesta sexta-feira, na máxima do dia o dólar bateu R$ 5,08. O preço da soja no porto está em torno de R$ 107 no mercado disponível. A soja para julho tem valor de R$ 109 e para agosto R$ 109,50 e pode atingir R$ 110. Para a nova safra, a saca para março a maio de 2021 tem valor de R$ 101, o preço futuro hoje está R$7,50 abaixo do pico que preço, que girava em R$ 108,50 para a safra 2020/2021.
Segundo a Agrinvest, a alta do dólar fez com que as exportações brasileiras ganhassem força para o segundo semestre e com isso eles projetam uma exportação de 33 a 34 milhões de toneladas.