O preço do milho em Campinas (SP) chegou a R$ 85,22 por saca, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), renovando o recorde pelo quinto dia consecutivo. No acumulado do ano, as cotações já subiram 8,4%. Em 12 meses, a alta é de 65,25%.
Já a saca de soja, base porto de Paranaguá (PR), também atingiu o maior valor da história, negociada a R$ 171,29, alta superior a 11% no acumulado de 2021 e de 95,4% em um ano.
De acordo com o analista da Stonex João Pedro Lopes, os preços no mercado interno refletem a alta na Bolsa de Chicago. Ele lembra que esse movimento começou no primeiro semestre do ano passado e se deve a vários fatores, entre elas a demanda chinesa pela oleaginosa norte-americana; o clima na América do Sul, que causou perdas na Argentina e no Sul do Brasil; e os estoques menores no Brasil e nos Estados Unidos.
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Lopes diz que o dólar precisa ficar no radar do produtor, mas que é difícil traçar o caminho da moeda norte-americana. Sobre a Bolsa de Chicago, ele não acredita que as quedas recentes indicam mudança de tendência. “Os fundamentos ainda apontam para a continuidade do movimento de fortalecimento dos grãos”, pontua.
Segundo o analista, o ritmo de comercialização de grãos no Brasil está adiantado em relação aos anos anteriores. O produtor brasileiro vendeu 70% da safra 2020/2021 de soja e 45% da segunda safra de milho.