Os preços da soja e do milho subiram em Chicago nesta quarta-feira, 31, após o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgar uma estimativa de área plantada com grãos abaixo da esperada. E de acordo com o analista de mercado Ênio Fernandes, da Terra Agronegócio, a bolsa pode registrar novas altas.
“O quadro é de estoques no fim do ano muito baixos, e para a próxima temporada também. O clima terá que ser muito bom para dar alguma segurança ao mercado. Os três maiores exportadores de grãos no mundo – Estados Unidos, Brasil e Argentina – estão com estoques mais baixos. Brasil e Estados Unidos precisam de safras muito boas agora para acalmar seus mercados internos. Já o produtor argentino não confia na moeda do país, então vende para comprar ativos”, diz.
Fernandes afirma que é praticamente garantido que a safra americana trará tensão ao mercado, por conta do chamado mercado de clima. Dependendo do desenrolar da safra, as cotações em Chicago podem atingir os US$ 15 por bushel. Se for ainda maior, pode até passar disso, segundo ele.
É hora de vender a soja e o milho?
O mercado climático nos Estados Unidos deve trazer oportunidades de preços melhores em Chicago, mas Ênio Fernandes afirma que ninguém consegue adivinhar para onde a bolsa vai, muito menos o dólar.
“Não adianta Chicago subir e o dólar derreter”, comenta. “Se houver algum problema externo ou interno que faça o dólar subir acima de R$ 6, teremos uma margem garantida para as próximas temporadas de soja e milho”.
Diante disso, ele diz que é saudável trabalhar as margens e garantir os custos. “Nunca vendemos tudo ou ficamos sem vender. Dependendo do seu grau de segurança, da sua produtividade média nos últimos cinco anos, as margens atuais são muito positivas”, diz.