Os preços dos suínos apresentaram alta de 70% entre julho e setembro deste ano. A oferta restrita e o aumento das exportações explicam o resultado. No entanto, de acordo com pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o movimento foi interrompido por desaceleração de demanda.
Para a pesquisadora Juliana Ferraz, o movimento é reflexo da menor procura interna quanto externa. “Estamos observando que o consumidor final está com dificuldades para absorver as altas nos preços da carne nos últimos dias, o que provoca retração no consumo e faz com que o consumidor acabe migrando para proteínas mais baratas”, explica ela.
Já no cenário internacional, Juliana afirma que a queda no ritmo dos embarques na última semana comprometeu os resultados. “Vale observar contudo, que os índices estão acima em comparação com o mesmo período do ano passado”, afirma.
Tendência de mercado
Para o segundo semestre deste ano, a especialista afirma que a expectativa é que os preços continuem firmes. “Temos oferta restrita de animais no mercado interno, e as exportações ainda estão aquecidas, apesar do recuo da última semana, o que tende a manter os preços elevados. Além disso, é comum que no segundo semestre haja ajuste positivo no preço das proteínas, das carnes de modo geral”, enfatiza Juliana Ferraz.