A tendência para o dólar em 2020 é R$ 5,30, conforme o relatório Focus do Banco Central, para baixo. A análise é do economista Roberto Padovani, que aponta um cenário externo e interno mais favorável, com commodities em alta, risco político no Brasil caindo e retomada econômica.
No fim do ano, no entanto, começa a entrar no radar o cenário de 2022. Para o economista, deve ser um ano mais turbulento para o real, já que a previsão é de alta nas taxas de juros dos Estados Unidos, o que valoriza o dólar, além da corrida presidencial no Brasil.
Padovani afirma que a CPI da Covid-19 não trouxe nenhuma informação nova ou bombástica sobre a atuação do governo federal durante a pandemia. Dessa forma, segundo ele, o capital político de Jair Bolsonaro não deve sofrer um desgaste maior do que o já registrado no primeiro trimestre do ano. “Pelo contrário, caso a economia retome o crescimento de fato, o capital político deve se aquecer”.
A terceira onda da Covid-19 também não deve afetar muito o mercado financeiro e o crescimento econômico, aponta Padovani. Segundo ele, a sociedade aprendeu a conviver com a pandemia e o confinamento ao acelerar a digitalização.
Sobre a bolsa brasileira, que bateu recorde acima de 130 mil pontos, a combinação de commodities valorizadas, juros baixos no Brasil e risco fiscal controlado neste momento tendem a dar condições de firmeza aos negócios. “A perspectiva para bolsa nos próximos três a quatro meses é positiva”.