Apesar de o Brasil ser o maior exportador de carne do mundo, o país recebe até 41% a menos pelo produto em relação a outros mercados. Segundo pesquisas do Centro de Inteligência de Carne Bovina da Embrapa (Cicarne), o Brasil recebe aproximadamente R$ 4,17 por quilo de carne, um valor bem abaixo do recebido pelos seus concorrentes, que chegam a ganhar até U$ 7,17.
O coordenador e pesquisador da Cicarne, Guilherme Cunha Malafaia, explica que o principal motivo para essa diferença de preços é o mercado comprador. “Os Estados Unidos vendem predominantemente para o Japão, Coreia e Nafta, enquanto o Brasil vende 60% da sua carne para a China. [Japão, Coréia e Nafta] são mercados que pagam bem pelo valor da carne bovina”, explica.
Outro fator a se considerar é o tipo de produto. O pesquisador explica que os países com grande volume de carne e que recebem bem, como Estados Unidos e Austrália, exportam carnes frescas, com maior valor agregado. Já o Brasil exporta carnes congeladas, que têm menor valor de comercialização no mercado internacional.
“Por fim, há também uma questão de propósito de utilização desses produtos. Nos Estados Unidos e Austrália, podem caracterizar a carne inteligente, culinária e fria, esse países estão nesse nicho de carne de alto valor agregado, que voa para steakhouses. Já o Brasil exporta uma carne ingrediente, é carne que vai virar almôndega e hambúrguer”, finaliza.