A primeira nuvem de gafanhotos na Argentina continua na província de Entre Ríos, a cerca de 98 quilômetros de Barra do Quaraí (RS) e a 21 km do Uruguai. De acordo com o Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar da Argentina (Senasa), o frio e a chuva favoreceram a permanência dos insetos no local.
Além disso, a entidade informou que a densidade populacional dos gafanhotos diminuiu de 15 km² para 10 km² nos últimos dias, graças aos controles fitossanitários realizados em Santa Fé e Corrientes, também na Argentina, quando as condições climáticas e ambientais eram favoráveis.
Já a segunda nuvem de gafanhotos permanece na província de Formosa, porém, os técnicos argentinos estão trabalhando para encontrar a localização exata da praga.
É mesmo possível prever para onde vão as nuvens?
Entender como esses insetos se comportam tem sido um desafio para a Somar Meteorologia e especialistas no geral. Segundo o meteorologista Willians Bini, isso tem sido tema de muitos estudos, mas as respostas sobre o porquê de 2020 registrar essa sequência de nuvens de gafanhotos ainda está distante.
Segundo ele, fatores meteorológicos definem o caminho dos insetos. “O grande exemplo aconteceu há duas semanas. Tivemos uma forte massa de ar polar, com temperaturas negativas no Rio Grande do Sul e Argentina. Havia expectativa de que pudesse diminuir o deslocamento e intensidade das nuvens, mas isso não aconteceu. Os ventos também não estão carregando-as”, comenta.
A ciência se decida a tentar entender o comportamentos dos gafanhotos, usando até mesmos métodos de estatística bastante complexos, conta Bini.