A Organização Mundial da Saúde informou nesta sexta-feira, 13, que a Europa se tornou o epicentro da pandemia de coronavírus, com maior número de infectados e mortos. A entidade, no entanto, alertou que não é o momento para discriminação nem pânico, mas de concentrar ações para estancar a propagação do vírus.
De acordo com o professor da Universidade de São Paulo, Celso Grisi, um dos principais problemas do continente no momento é a logística. “Temos países com bloqueios, como a Itália, o que dificulta a locomoção de caminhões com mercadorias para o abastecimento. Na Inglaterra, já temos problemas também, porque a mercadoria demora a chegar e houve um certo pânico, o que aumentou as idas aos supermercados”, avaliou.
Como a União Europeia é um importante mercado para os produtos brasileiros, a expectativa é de que ocorra uma diminuição nessa comercialização por causa da crise do coronavírus. “O que mais vendemos são frutas e legumes, e os que mais sofrem são os exportadores de limão e laranja, por exemplo. Curiosamente, a tendência é a de valorização dos produtos locais, como laticínios, verduras e frutas”, disse Grisi.
Questionado se essa sensação de desabastecimento pode chegar ao Brasil, ele avaliou que não. “O Brasil é um país de dimensões continentais e a produção agrícola e industrial relativamente grande. Também estamos fazendo as nossas importações de maneira tranquila, mas o grande problema é que nós não vamos conseguir abastecer como antes a Ásia, Europa e Estados Unidos porque os containers usados neste processo acabam ficando na China e, acumulados lá, não voltam porque a China não está exportando como antes. Acabamos tendo um problema de logística”, disse.