Mesmo com as altas nos preços do suíno vivo no mercado independente em fevereiro, os custos de produção têm pressionado produtores. Segundo o presidente da Associação Paulista de Criadores de Suínos, Valdomiro Ferreira, o prejuízo do suinocultor paulista chega a R$ 175 por animal.
Sobre este assunto, conversamos com Juliana Ferraz, pesquisadora do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), que explicou que a tendência não é animadora para o setor. “No mês passado a gente viu movimentos de alta pontual em algumas regiões do país, mas de modo geral fechamos em boa parte das praças com o suíno em queda, isso atrelado aos custos de produção bastante elevados. Isso não é de hoje, acompanhamos as altas desde 2018 e que foram intensificadas do ano passado pra cá, o que tem pressionado muito as margens do produtor”, disse.
Segundo ela, a preocupação vai muito além do preço do milho. “Não apenas o custo do milho, mas o do farelo também não sinalizam queda a curto prazo. Deve começar março em patamares bem elevados e o produtor deve procurar outras alternativas para driblar as altas. Infelizmente iniciamos o mês com o mercado travado, temos nas praças de São Paulo e Minas, que são grandes polos consumidores, o suíno na fase de R$ 7,77 em Minas e 7,97 em São Paulo. Acreditamos que vai continuar nessa faixa, oscilando um pouco pra baixo nesse começo de mês”, completou.