O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informou nesta sexta-feira, 14, que não foi notificado por autoridades das Filipinas sobre a suposta suspensão temporária de compras de carne de frango. Foi noticiado pela imprensa internacional que o país teria tomado essa decisão após a China alegar ter encontrado vestígios do novo coronavírus em asas de frango que foram importadas do Brasil.
Em nota, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) também informou não ter sido avisada oficialmente, mas diz que, caso seja confirmado, apoiará o governo na “apresentação dos esclarecimentos, já que se trataria de uma decisão sem fundamentação técnico-científica e pendente de esclarecimentos e demonstrações”.
A entidade destaca que não há evidências científicas de que a carne seja transmissora do vírus, conforme ressaltam a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Para o comentarista Miguel Daoud, a pandemia pode estar sendo usada por esses países como estratégia para forçar uma queda de preços nos produtos. “A China está passando por problemas seríssimos na produção de alimentos, como a seca e a peste suína. Isso justifica a demanda por alimento no momento em que o mundo está em recessão, gerando alta nos preços e preocupa esses países que se aproveitam a questão da pandemia para tentar baixar os preços”, disse.
Segundo Daoud, chegou a hora do governo brasileiro se posicionar, principalmente sobre essa questão das Filipinas, que não tem, segundo ele, nenhum fundamento científico. “Amanhã virão outros países com esse comportamento e é por isso que o Brasil precisa se posicionar. Somos um país que investe em sanidade e temos muita capacidade nisso”, completou.