Não é por acaso que o Centro-Oeste é considerado o celeiro do Brasil. A região deve produzir quase 126 milhões de toneladas de grãos nesta safra, nada menos que 46% da produção nacional.
Da lista dos 50 municípios com o maior Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária deste ano, 35 estão localizados no Centro-Oeste. Entre eles, Sorriso, que detém o maior VBP do país, de R$ 3,9 bilhões, de acordo com o IBGE.
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A força do agronegócio ajuda a fazer do município a 7ª maior arrecadação de Mato Grosso. Foram mais de R$ 161,6 milhões entre janeiro e outubro, segundo a Secretaria de Fazenda do Estado.
Quem contribui para a construção dessas cifras pede mais atenção ao agronegócio. O presidente do Sindicato Rural de Sorriso, Silvano Filipetto, os novos gestores precisam estar mais próximos do campo.
“Saiam de dentro da Câmara dos Vereadores, saiam de dentro da prefeitura e venham para cá. Venham conhecer a nossa realidade, sem taxar mais, sem querer cobrar mais do produtor”, diz.
Com R$ 554,1 milhões arrecadados em impostos neste ano e a terceira posição entre as maiores arrecadações de Mato Grosso, Rondonópolis também tem no agronegócio um pilar da economia. Só que quem está no campo alerta para a necessidade de maiores investimentos em logística e educação rural.
Lucindo Zamboni Jr., presidente do Sindicato Rural de Rondonópolis, pede prioridade à mobilidade rural, às estradas vicinais e à educação no campo. “[É preciso] Também melhorar os incentivos fiscais para novas indústrias do ramo agro”.
Mato Grosso do Sul
A logística também está entre as demandas dos produtores de Maracaju. O município tem o maior VBP de Mato Grosso do Sul e é o 14ª no ranking nacional. “A gente precisa de qualidade nas estradas, de manutenção preventiva, para que a gente possa receber nosso insumos e escoar nossa produção”, enumera o presidente do sindicato rural local, Fábio Caminha.
No nordeste sul-mato-grossense, os produtores de Chapadão do Sul reforçam a importância de melhorias na infraestrutura do município e também pedem maiores incentivos à agroindustrialização. Roberto Andrade, presidente do sindicato rural, afirma que a região necessita de uma planta de etanol de milho, para produzir, além do biocombustível, subprodutos como o DDG, que pode ser utilizado como ração animal em confinamentos bovinos.
Goiás
Em Rio Verde, município com o maior VPB de Goiás, e 5º no ranking nacional, o setor espera que os novos gestores sejam abertos ao diálogo com o mundo rural. Luciano Jayme Guimarães, presidente do sindicato rural, os produtores querem representantes que sejam receptivos ao setor.
Com o segundo maior valor bruto da produção em Goiás, Cristalina também aparece com destaque na lista dos municípios que têm no campo o motor da economia. O pedido dos produtores é por mais atenção com as estradas.
“Nós temos aqui no município ao menos 6 mil quilômetros de estradas vicinais, que são intensamente utilizadas, o ano inteiro. Mas os recursos para conservá-las são muito pequenos”, alerta Alécio Maróstica, do sindicato rural do município. Por essa razão, o dirigente pede que o produtor vote consciente naqueles que serão parceiros dos produtores rurais de todos os portes.