“É uma tragédia de brutalidade nunca vivida por mim e minha família”. Esse é o relato indignado do proprietário da fazenda Santa Carmem, a 190 quilômetros de Porto Velho (RO), invadida por cerca de 40 homens fortemente armados no dia 21 de abril.
José Marcos Leite Júnior falou com exclusividade ao Rural Notícias e contou como foi a noite traumatizante, que culminou com destruição de prédios, roubo de tratores e espancamento de funcionários.
“Por volta de umas 22h, recebi um telefonema da propriedade. Meus funcionários estavam apavorados, pois já haviam sido torturados e as instalações todas depredadas. Eles contam que só conseguiram chegar às sede da fazenda nesse horário. Imediatamente fomos para a delegacia, registramos o boletim de ocorrência e socorremos os feridos”, disse.
A suspeita é que os criminosos façam parte da Liga dos Camponeses Pobres (LCP), um movimento que tem predileção pela guerrilha armada.
Além de fazerem mal aos peões da fazenda, a família Leite acusa os criminosos de terem destruído cercas, construções, áreas de reserva, carros e motos dos funcionários, além de terem roubado dois tratores e pertences dos trabalhadores. O prejuízo é estimado em R$ 2 milhões.
“É uma coisa apavorante, de tal maneira que os funcionários me abandonaram, com certa razão. Vem me provocando uma angústia, pois é uma propriedade que temos há 25 anos, ambientalmente correta e toda legalizada”, lamenta.
A fazenda Santa Carmem tem cerca de 20 mil hectares e é dedicada principalmente à pecuária, com 7.000 cabeças de gado. Por enquanto, a agricultura ocupa apenas mil hectares
“Eu estranho muito viver uma violência dessa. Por mais que veja conflito rural, nunca vi nessa dimensão. É uma agressão impensável ao agronegócio que tanto ajuda o país. Detonaram todas as instalações, que não servem mais para nada. Dois tratores foram roubados e outro depenado”, continuou.
“Nos causa muito estranheza esse terrorismo. Isso não é luta por reforma agrária, é um ato terrorista”, finalizou.