Produtores de Canarana, em Mato Grosso, estão animados com a colheita de gergelim. A cultura vem ganhando espaço no campo e, segundo o sindicato rural, já ocupa 50 mil hectares, que devem render 25 mil toneladas. Com isso, o município se torna o maior produtor do grão no Brasil.
De acordo com vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), Marcos da Rosa, dois anos atrás havia no máximo dois compradores na região. “Hoje, conseguimos fazer contrato antes de plantar, e quem fez contrato nesse período deixou de receber R$ 0,50 a mais por saca, porque o mercado melhorou bastante”, afirma.
O gergelim já se tornou uma boa opção para a segunda safra. O agricultor Flávio Tiemann Junior plantou cerca de mil hectares e está bastante satisfeito com o resultado dos primeiros talhões. “700 quilos de média; está melhor que o milho e há muita procura”, diz.
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Com o cenário otimista, o produtor Rafael Govari dedicou toda a área da fazenda para o cultivo. As lavouras estão bem desenvolvidas e a expectativa é de boa produtividade. “Média de 500 quilos por hectare, mas chega, em algumas áreas, até uma tonelada. Em uma área de 620 hectares, dá um pouco mais de 300 toneladas. Os preços eles variam de R$ 3 a R$ 3,50, o que incentiva o agricultor a investir bastante”, conta.
Govari elenca os problemas que a produção da cultura ainda precisa lidar: segurança quanto ao cumprimento dos contratos, falta de armazéns e máquinas para beneficiar o grão e a compactação do solo, que pode afetar a próxima safra de soja. “São muitas questões técnicas que precisam ser analisadas para saber, de fato, quais são os efeitos colaterais que o gergelim causa”, finaliza.