Os ministros da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, e da Agricultura, Tereza Cristina, assinaram nesta quinta, 15, a parceria que institui a Câmara do Agro 4.0. A ideia é que o grupo, formado por representantes das duas pastas e do setor produtivo, debata temas como criação e exportações de tecnologias agrícolas do Brasil, capacitação de pessoas por meio de polos tecnológicos e incentivo à criação de startups no campo. A ideia é que os resultados sejam apresentados em 90 dias.
Segundo Pontes, é possível utilizar fibras ópticas para fazer conectividade e o satélite geoestacionário de defesa e comunicação para levar internet onde a fibra não chega. “A internet das coisas [IoT, em inglês] deve ser aplicada dentro das propriedades, em diversas modalidades, desde coleta de dados para melhoria dos solos, aplicação de defensivos de forma precisa e de irrigação de precisão. Tudo que a tecnologia pode oferecer para melhorar a produtividade no campo vai estar contido nesse trabalho”, diz.
O governo vai contar com ajuda da iniciativa privada para propor e bancas as ações, que, de acordo com o ministro, devem custar de R$ 20 bilhões a R$ 40 bilhões. A primeira fase, que será no Nordeste e mira os pequenos produtores, deve custar R$ 83 milhões e gerar lucro de R$ 300 milhões para a região. “Mesmo que [o recurso] não saia inteiro esse ano, se sair R$ 20 milhões, a gente já dá partida e completa no ano que vem”, afirma.
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O objetivo principal é do trabalho é garantir internet de qualidade no campo, segundo o secretário de Empreendedorismo e Inovação do Ministério da Ciência da Tecnologia, Paulo Alvim. “Sem isso, a internet das coisas não vai ter a eficiência que precisa”, diz.
Com isso, a pasta da Agricultura espera aumento de produtividade no campo e quer incluir financiamentos para as tecnologias no próximo plano safra, conta o secretário de Inovação, Fernando Camargo. “Se atualmente você faz no norte de Mato Grosso duas safras ao ano, se tiver irrigação inteligente, pode ter até três safras. Qualquer tipo de mudança tecnológica pode aumentar expressivamente a produtividade e, consequentemente, a produção”.