A vegetação seca e as altas temperaturas colaboram para o aumento dos incêndios no Pantanal de Mato Grosso. De acordo com o Corpo de Bombeiros de Mato Grosso, o número de atendimentos para o combate de focos cresceu 530% em 2020, em relação ao ano passado, ameaçando a produção agropecuária, a fauna e a flora locais. “Tem muita biomassa acumulada, por isso há condição favorável à progressão do fogo na região”, afirma o tenente-coronel Flávio Bezerra, que comanda o Batalhão de Emergências Ambientais.
Segundo a Secretaria de Meio Ambiente de Poconé (MT), cerca de 20 mil hectares já foram destruídos. “O nosso Pantanal está em chamas. A partir de hoje iremos começar a execução de situação de emergência ambiental. A situação está muito crítica no nosso município”, diz a secretária Danielle Assis.
As chamas sem controle deixam para trás um rastro de destruição e prejuízos. Há propriedade em que o fogo já consumiu cerca de 1500 hectares de pastagem. “Os produtores estão bem preocupados com esse incêndio que está ganhando grandes proporções e está, praticamente, incontrolável”, afirma Arlindo Márcio Moraes, ex presidente do sindicato rural de Poconé.
O secretário-executivo do Comitê Estadual de Gestão do Fogo de Mato Grosso, Paulo Barroso, destaca que, em 2020, choveu bem menos do que na média dos últimos 30 anos, o que também favorece os focos.
“O Corpo de Bombeiros tem mais de 180 homens em campo, atendendo incêndios em todos os municípios de Mato Grosso. Temos duas equipes trabalhando em Poconé e vamos ter uma reunião para aumentar o efetivo para o combate no Pantanal, com todos os meios necessários, para, de fato, a gente conseguir controlar esse incêndio”, diz Barroso.
O tenente-coronel dos bombeiros salienta a importância dos produtores ajudarem na fiscalização das queimadas neste momento. “E trabalhar em conjunto, integrando seus recursos, colocando à disposição em uma região, maquinários e caminhões de água que possam promover aceiros para proteção das suas propriedades. Tudo isso colabora para que o fogo não avance para o interior das propriedades”, diz Bezerra.