Com o agravamento da pandemia, o número de famílias em quadro de vulnerabilidade social, sob a ameaça da fome, aumentou. Com intenção de contribuir com a sociedade local, entidades do agronegócio da Bahia lançaram a campanha solidária Plantar para Alimentar, que tem como objetivo arrecadar recursos para a aquisição de cestas básicas e kits de higiene, que são essenciais nesse período de cuidados redobrados com a limpeza.
Entre 22 de abril a 22 de maio, foram arrecadadas 5.608 mil cestas, o que representa mais de 130 toneladas de alimentos. Ao todo, 45 instituições foram beneficiadas em 8 municípios do oeste da Bahia. Segundo a coordenadora do Centro Social Catavento, Maria Quitéria, a questão da alimentação é urgente.
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“As cesta são como uma benção para essas crianças. Quando a gente faz a pré-matrícula, o que a gente percebe é que as mães colocam as crianças não só pela questão de conteúdo que ela oferece, mas, principalmente, por causa do alimento que falta em casa”, disse.
Carlos Abdon, diretor da Apae em Barreiras (BA), nos conta que as doações são essenciais neste momento de pandemia, atendendo alunos e a família desses alunos.
“Esse projeto é espetacular. Pessoas assim, que saem da sua zona de conforto para ajudar o próximo, da mesma forma que nós criamos a associação com esse objetivo de ajudar o próximo. Esse projeto vem para salvar vidas, porque você vê famílias que não têm expectativa nenhuma, passando fome com criança”, diz a tesoureira da Associação de Amigos Autistas de Lem (Amalem), Daniela Defante.
Representante do Instituto Mãos Solidárias, Ninfa Milena ressalta a importância do agronegócio nessa corrente do bem. “O pessoal do agro, as mulheres do agro junto com os produtores enxergaram essa possibilidade de partilhar algo que eles poderiam. Enxergaram como possível e, para nós, que vamos entregar isso é maravilhoso, fazer essa conexão”.
A iniciativa é encabeçada pelo núcleo de mulheres do agro juntamente com mais 13 instituições, como explica a vice-presidente do Núcleo Mulheres do Agro, Albenira da Conceição. “Essa campanha surgiu agora, mas a ideia é ela continuar pro ano que vem e não só Luís Eduardo e região, já estamos atingindo outros municípios e queremos levar até onde a gente puder levar.”, disse.
O presidente da Aprosoja, Bahia, Alan Juliani, ressalta a participação do setor no projeto. “É um projeto que nasceu na base dos produtores rurais e as entidades se uniram pra poder fazer essa logística, essa união”.
“Nosso sonho é realmente partilhar alimentos com as famílias que precisam. Em outros momentos e até, quem sabe, de uma forma contínua, porém a nossa visão não é só na entrega do alimento. A gente tenta também conseguir levar qualificação para essas famílias para que elas resgatem a sua dignidade e que possam, através do trabalho, conquistar o alimento e tudo mais que é possível”, finalizou Luciana Kappes, secretária do Núcleo Mulheres do Agro.