O dólar tem apresentado movimentação de queda nas últimas semanas após um longo período de elevação. Para entender para onde a moeda norte-americana deve ir e qual seria o ponto de equilíbrio para o mercado brasileiro, conversamos com o economista Hugo Garbe, que explicou os motivos da desvalorização da moeda norte-americana frente ao real e como isso deve influenciar o produtor rural que vende sua produção para o mercado internacional e importar insumos.
“O movimento do dólar nos últimos dias é influenciado pela volta da confiança do mercado internacional no Brasil. A cotação da moeda estrangeira reflete a quantidade de estoque de moeda que temos no país e, quando você tem a volta da confiança do investidor estrangeiro no país, esse fluxo de dólares, de investimento estrangeiros, estoques de moedas, volta ao Brasil aumentando o estoque de dólar , o que pressiona a moeda norte-americana e valoriza o real”, disse.
Segundo ele, a tendência até o fim do ano, com incremento do Produto Interno Bruto e volta do investidor estrangeiro, é de uma queda entre 3% e 4%. Isso acaba refletindo no agronegócio, principalmente para o exportador que depende da venda da sua produção para o mercado internacional e esse impacto acaba sendo negativo para ele, porque as receitas acabam sendo em dólar”, disse.
Ele explica que o dólar desvalorizado, significa uma receita menor, mas também gasta-se menos com insumos. “Aqueles que importam insumos para produção e depois exportam acabam tendo um impacto quase zero, porque tem um custo menor e uma receita menor no final”.
Com a perspectiva de avanço na vacinação e melhora do cenário macroeconômico brasileiro, a expectativa, explica o economista, é de pressão de queda para o dólar. Para ele, o ponto de equilíbrio da moeda é na casa dos R$ 4,00.
“Em termos históricos, quando o dólar está em R$ 4,00, boa parte dos economistas considera que é um preço de equilíbrio da moeda. O dólar abaixo de R$ 4,00 começa a ter uma inversão desse valor, ou seja, os importadores começam a ter um maior benefício com o preço do câmbio”