A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural promoveu nesta sexta, 21, uma audiência pública para debater o abastecimento de grãos na produção de proteína animal. A discussão contou com representantes de produtores e da indústria, que vêm sofrendo com o aumento dos custos de produção na atividade.
O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, apresentou alguns pedidos do setor brasileiro de carnes ao governo, que sofreu o impacto do desabastecimento de milho e soja. “O que o setor de proteína quer é igualdade na competição pelos insumos com o mercado internacional, evitando a perda de postos de trabalho. Nós aumentamos 20 mil postos de trabalho na pandemia, queremos que seja reduzida a desigualdade entre exportar e importar o grão. Eu, para importar, tenho uma série de dificuldades, mesmo que seja para fazer ração. Eu não quero plantar ou fazer semente, quero que ele entre e vá para a moenda”, disse Santin.
O presidente da ABPA falou ainda que sabe que a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, está trabalhando para resolver a situação, para não chegar ao ponto de faltar milho ao produtor.
Segundo o presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), é preciso agir. “Informações,estratégias e sugestões não faltam para a gente se reunir e resolver os problemas de uma vez por todas. Se nós nos unirmos e buscarmos uma medida de inteligência e equilíbrio, poderemos evitar situações muito complicadas no futuro”, disse disse José Eduardo dos Santos
O presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul, Valdecir Folador, disse que o ideal, neste momento, é derrubar as burocracias existentes. “Que o governo estadual procure retirar o máximo de burocracias e tributações para que a gente possa ter a possibilidade da importação de milho aqui no Rio Grande do Sul”, disse.
A realização da audiência pública foi um pedido do deputado Jerônimo Goergen. Segundo ele, o problema do desabastecimento de grãos, apesar de estar nas mãos do Ministério da Agricultura, ainda não chegou ao governo federal. O deputado também sugeriu a formação de um grupo interministerial para debater e traçar alternativas.
“Eu queria sugerir que se criasse um grupo interministerial. Criar por portaria que, por ter norma interna, dá força ao tema. Se deixar só como problema de Agricultura, não teremos solução e as perdas serão muito maiores”, disse.