A alternância entre soja e arroz tem aumentado a produtividade do cereal em até 20% na safra subsequente, de acordo com o Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga). “Um dos nossos carros-chefe é fomentar a rotação soja-arroz. Por vários aspectos, tanto agronômicos quanto gerenciais”, diz o engenheiro agrônomo Ricardo Kroeff.
A soja entrou na vida dos rizicultores há pouco mais de 15 anos. Atualmente, a área plantada com a oleaginosa (330 mil hectares) já corresponde a um terço da terra ocupada pelo cereal (940 mil hectares).
Segundo o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho, o ponto de equilíbrio entre lucro e custo do cereal é de 160 sacas por hectare. “Para alcançar isso, é fundamental a rotação de culturas”, diz.
Além da rotação de culturas, a integração com a pecuária também agrega benefícios. “Na rotação com a soja e a pecuária, ele tem uma oportunidade de aumentar a fertilidade do solo, diminuindo custos em pelo menos 15%”, diz Alexandre Velho.
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Tecnologia
Uma inovação pode mudar a paisagem tradicional das lavouras gaúchas irrigadas. O uso do pivô central torna desnecessária a lâmina d’água. A novidade já apresenta bons resultados de produtividade.
“O produtor está buscando a competitividade em novas tecnologia que podem reduzir custos, para dar sustentabilidade técnica e econômica à atividade”, afirma o coordenador do Irga na região sul, André Matos.
O produtor Geovano Parcianello foi um dos pioneiros na adoção do pivô central, em Alegrete (RS). Segundo ele, o uso da tecnologia traz dois benefícios: redução nos custos com mão-de-obra e otimização do uso da água. “Reduzimos o consumo de água em até 40% nesse sistema, visto que a soja utiliza um terço ou um quarto do que é utilizado no pivô do arroz”, conta.