Aves e suínos ficarão mais caros a partir desta semana no Rio Grande do Sul. Apesar das altas nos preços da energia elétrica e do combustível contribuírem para esse aumento, o milho, fundamental para a cultura, é o principal responsável pelo repasse ao consumidor.
A saca, que em janeiro do ano passado estava cotada em R$ 29,00, agora chegou a R$ 40,00. Para tentar driblar o prejuízo, alguns produtores, como o suinocultor Ilânio Johner, estão arranjando meios de economizar. Johner, por exemplo, planta 40 hectares de milho que são secados na propriedade.
Ele explica que a granja produz 50% do grão consumido e o restante é adquirido de outros produtores ou pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), porém, segundo o suinocultor, “ao preço que o governo está disponibilizando no momento, não vale a pena”.
A expectativa é que a colheita de milho ultrapasse o resultado de 2014/2015, chegando a 89 milhões de toneladas nesta safra, segundo informações da consultoria Safras & Mercado. A melhora se deve ao possível aumento na área que será plantada na segunda safra.
De acordo com o presidente da Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Folador, o produtor não consegue absorver tantas altas e o repasse dá um alívio para o setor. Ele explica que o custo médio por quilo do milho chegou, nesses primeiros dias de janeiro, a R$ 3,40, o que significa um aumento em torno de 12% no custo de produção.
“Hoje, o quilo do suíno vivo, para o produtor pagar suas contas e sobrar uma margem mínima, (precisa ser de) no mínimo R$ 3,50 para que ele possa cobrir todos os custos de produção e não ter problemas econômicos na sua atividade”, diz.
Produtores esperam por uma melhora no cenário nos próximos meses. Johner afirma já sentir uma escassez na oferta de suínos, principalmente na área de leitões, que vêm sendo bastante procurados. “Isso sinaliza dias melhores”, explica.
A alta nos preços também se estenderá para ovos e aves.