No Rio Grande do Sul, o setor bovino já está com as atividades regularizadas, depois de uma semana sem abater gado em função da greve dos caminhoneiros.
Na propriedade do pecuarista Harrison Barcellos, o carregamento foi interrompido por dez dias. Nesse tempo de paralisação, ele deixou de faturar R$ 150 mil.
“Ela [a greve] era pra ter dado um efeito positivo e acabou trazendo um efeito negativo, porque de certa forma nós vamos pagar a conta. Atrasou 15 dias do nosso trabalho no ano e, mesmo assim, o que foi reduzido no preço do diesel eu acredito que não vá impactar positivamente muito no nosso setor, o primário”, diz o pecuarista.
O estado abate em média 45 mil cabeças de gado por semana. Com as atividades paralisadas nos frigoríficos, o balanço final é que o setor deixou de arrecadar R$ 135 milhões por causa da greve.
“A gente calcula em torno de R$ 3 mil por animal que deixamos de faturar, a indústria deixou de faturar, e o governo deixou de arrecadar com impostos”, contabiliza Zilmar Moussalle, diretor executivo do Sicadergs (Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Rio Grande do Sul).
Para reabastecer o mercado, principalmente o interno com cortes mais procurados, como a costela, os frigoríficos abateram gado no feriado e durante o final de semana.
“Houve uma sensibilização dos órgãos oficiais, tanto do Ministério da Agricultura, quanto da Secretaria da Agricultura. Foram disponibilizados veterinários para o abate no feriado, sábado e domingo para quem quisesse”, afirma Moussalle.