Segundo ele, o reflexo do preço da carne bovina no varejo, a pressão vinda das margens menores dos frigoríficos, a situação de países importadores e a concorrência de frangos e suínos podem comprimir o preço da arroba.
– O grande ganhador tem sido o pecuarista e não a indústria. As margens não estão alinhadas e os preços altos limitam o consumidor – disse Barros.
Para o consultor, o primeiro impacto na demanda de carne deve vir do ajuste fiscal recessivo, previsto para ser feito na economia em 2015.
– Os grandes mercados do Brasil, países árabes, Rússia e Venezuela dependem muito do petróleo, que está em queda, e teremos de buscar outros destinos para manter a exportação. O preço do frango vai cair a partir de janeiro e isso também pressionará o bovino – disse.
Mesmo com a retração prevista, os preços do boi gordo devem seguir firmes, com margens boas, segundo o consultor. Essa sustentação virá na esteira da queda dos preços dos grãos, um dos insumos para a cadeia, mesmo com as dificuldades em mercados externos, do dólar, cuja projeção da MB Agro aponta para a moeda norte-americana em R$ 2,80.
– O mercado mundial está arbitrado entre US$ 50 e US$ 55 a arroba, exceto nos Estados Unidos. Isso ajuda muito a exportação com o dólar em R$ 2,80 – explicou Mendonça de Barros.
Ainda segundo ele, outro fator positivo externo é a pressão de oferta dos Estados Unidos e da Austrália, com rebanhos em queda e, consequentemente, ofertas menores para exportação.
– O rebanho dos Estados Unidos é o menor em 60 anos, com quedas por três anos seguidos, de 2013 a 2015. O abate na Austrália deve cair de 8,3 milhões para 7,4 milhões de cabeças entre 2014 e 2015. Ou seja, há uma clara contração na oferta – concluiu.