Foi realizada em Brasília, nesta quarta-feira, dia 15, mais uma audiência pública na Comissão Especial que analisa as propostas de emenda à constituição 304 e 270, que buscam regulamentar os esportes equestres, como os rodeios e as vaquejadas. Associações de criadores criticaram os argumentos dos ativistas da causa animal e entregaram estudos técnicos quem mostram a evolução das práticas de bem-estar animal nos eventos em todo o brasil.
A Associação Brasileira dos Criadores de Cavalos Quarto de Milha (ABQM), por exemplo, informou que não reconhece os argumentos das entidades defensoras dos animais que identificam maus-tratos nas provas realizadas em todo o país. A entidade admite que existem erros e que mudanças foram feitas no regulamento para garantir o bem-estar de animais e competidores envolvidos.
“Os argumentos são pareceres técnicos emitidos por veterinários de associações ideológicas que são contra os esportes equestres. Eles são utópicos e não apresentam uma saída para ajudar, virando nada mais do que uma opinião escrita. A ABQM, por outro lado, utiliza apenas pareceres científicos de universidades famosas e imparciais”, falou o superintendente da associação, Daniel Costardi.
Segundo Costardi, por meio desses estudos científicos a entidade conseguiu corrigir alguns erros e adotar medidas, como a obrigatoriedade do uso de cauda artificial. “Dessa forma, acabamos com 100% de qualquer tipo de machucado na cauda do animal. Mostraram para nós que existia algum tipo de lesão, a gente tomou atitude imediata”, disse.
O representante da ABQM negou alguns pontos apresentados pelos pareceres dos defensores dos animais como, por exemplo, o uso de choque para fazer o boi correr. “Chega ao absurdo de falar que a gente dá choque para o boi correr. Se o boi tomar um choque, ele paralisa, tanto é que essa é uma técnica de contenção animal. (Esse parecer) é sem conhecimento e tão utópico que não se sabe o que está dizendo”, completou Daniel Costardi.
Além da aprovação das Propostas de Emenda Constitucional (Pecs), o setor quer a ajuda do Ministério da Agricultura para esclarecer as regras de bem-estar animal para cada esporte equestre. “A PEC proposta é muito clara e diz que não são considerados cruéis práticas culturais como vaquejada, rodeios e outros esportes equestres, desde que regulamentados por lei. O papel do ministério é atuar como um grande orientador nessas questões de bem-estar animal, que vão estar cada vez mais presentes dentro da realização desses eventos”, disse o vice-presidente da Associação Brasileira de Vaquejada (Abvaq), Marcos Lima.
O relator da comissão, deputado Paulo Azi, fez uma avaliação positiva das audiências realizadas até agora e acredita que as informações apresentadas vão ser decisivas para o voto de cada deputado. “As audiências têm permitido que deputados e a população possa conhecer melhor esse tema, que é polêmico. Todos convidados têm trazido informações importantes para balizar o parecer e para que cada deputado faça juízo de valor em seu voto”, disse.