A Associação Nacional de Pecuária Intensiva (Assocon) projeta crescimento de até 12% no volume de animais confinados em 2018. Se as projeções forem confirmadas, o Brasil vai atingir a marca de 3,8 milhões de cabeças confinadas este ano, cerca de 400 mil animais a mais em relação a 2017.
Segundo o gerente executivo da entidade, Bruno Andrade, é esperado um leve crescimento nos custos por conta do aumento da demanda de insumos, tanto do boi magro como do milho, que é o principal ingrediente utilizado na nutrição. “Esperamos também que demanda por carne seja bem interessante, pensando na recuperação do mercado interno e a continuidade das boas exportações que nós observamos no final do segundo semestre de 2017”, diz.
O mercado de reposição, que nos últimos dois anos ficou inflacionado por conta da baixa oferta de bezerros e boi magro, deve operar em patamares favoráveis. Já o milho, principal ingrediente da alimentação bovina, tem expectativa de preços estáveis.
Um levantamento realizado pela Assocon estabeleceu um limite de gastos para o invernista nos dois principais insumos da atividade, a reposição e a nutrição. Os números mostram que em São Paulo o custo máximo da dieta por animal por dia deve ser de R$9,50. Já para a compra de boi magro, aquisição não deve ultrapassar o valor de R$2 mil por animal. Negociações acima destes valores podem trazer prejuízo para o confinador.
“O confinador que trabalhar com números abaixo desses limites é provável que ele consiga margem de contribuição positiva. É claro que cada caso é um caso, cada fazenda opera de um jeito, mas utilizando os nosso números esses foram os limites máximos que a gente conseguiu colocar”, explica Andrade.
Na propriedade de José Ovídio Sebastiani, em Boituva (SP), o custo da diária no ano passado foi de R$7 por animal. Para 2018, o pecuarista acredita que o valor aumente 15% e fique na casa de R$8. No ano passado, ele confinou R$5,5 mil cabeças, volume que representa apenas metade da capacidade de engorda da propriedade. Em 2018, acredita que o resultado será superior.
“O quadro esse ano está mais claro em termos de confinamento e mercado de boi, ao contrário do que aconteceu no ano passado. Acho que a tendência é de normalidade e de viabilidade econômica para o confinamento, sim”, afirma pecuarista.