Brasil deve derrubar veto da Indonésia ao frango

Segundo OMC, país tem capacidade de vencer as barreiras comerciais do país asiático 

O Brasil tem chances de ganhar da Indonésia na disputa pela derrubada das barreiras comerciais do país asiático ao frango nacional. A afirmação foi feita pelo oficial de Assuntos Econômicos da Organização Mundial de Comércio (OMC), Simón Padilha, no segundo dia da Reunião Interamericana de Serviços Nacionais de Sanidade Animal, Vegetal e Inocuidade dos Alimentos, realizada em Brasília (DF). O governo brasileiro deve pedir a abertura de um painel na OMC para contestar as barreiras comerciais que a Indonésia tem imposto para a importação da carne.

 – O Brasil é um membro bastante ativo, que, geralmente, parte de uma delegação muito boa, muito técnica e que, em geral, tem bastante possibilidade de manejar esses temas na OMC, com sua capacidade política e técnica – disse Padilha.

Aftosa

Durante a reunião também foi comentada a tentativa do Brasil de se tornar livre de aftosa. Segundo o coordenador de Cooperação Técnica do Centro Panamericano de Febre Aftosa (Panaftosa), Julio Pompei, o país é bem visto internacionalmente, mesmo ainda não sendo totalmente livre da doença. Ele destaca que quando 100% do rebanho for certificado, os negócios devem melhorar.

– Sim, a qualidade, o acesso a mercados cada vez mais exigentes e que pagam melhor também. Então preço do produto em si no mercado mundial, ele pode melhorar, conforme avança sua certificação sanitária – afirmou.

Mormo

No debate ainda estavam os casos de mormo detectados no Brasil em 2015. A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, chegou a dizer que o país conquistou o direito de ter um laboratório cadastrado pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), e que não vai mais precisar enviar os exames para a Alemanha. Mas o secretário de Defesa Agropecuária da pasta, Décio Coutinho, lembrou que ainda não há previsão para o início das atividades.

– Nós estamos na busca da certificação da isso e já tivemos a primeira visita deles, a primeira etapa. Nós estimamos que isso aconteça dentro dos próximos 30 a 45 dias. É o que a gente estima, mas como se trata de um processo de certificação, nós estamos mexendo com análise, com processo biológico, ele pode ser menos ou pode ser mais. Mas o laboratório depois de certificado volta as atividades normais sem problema nenhum – declarou Coutinho.

Entre janeiro e agosto deste ano foram detectados 266 casos de mormo no Brasil, segundo o Ministério da Agricultura. Para a OIE, o número ainda é muito pequeno diante da quantidade de equinos que vivem no país.

– Há países que dizem: eu não tenho essa doença. Mas não fazem análises, não tem vigilância. O Brasil analisa mais de 600 mil amostras ao ano. Esses 260 casos que você disse é uma porcentagem muito baixa, muito baixa, da população equina de sete milhões de animais e formam parte do programa de vigilância – disse o representante da OIE para as Américas, Luis Barcos.